terça-feira, 20 de março de 2012


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS LINGUAGENS
Cursista: Laura Jusimara Correa Ávila
RESENHA
LOPES. Amanda Cristina Teagno. Educação Infantil e registro de práticas

A obra Educação Infantil e registro de práticas, publicado pela Editora Cortez no ano de 2009 de autoria da pedagoga, mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP) Amanda Cristina Teagno Lopes Marques é fruto da dissertação de mestrado da mesma e da sua prática como docente.
O primeiro capítulo trata da questão O que é registrar?Qual a sua importância e contribuição na aprendizagem da criança? Em sua atuação docente, o professor, na realização dos registros de seu trabalho pedagógico, constrói o seu discurso sobre a realidade, expressa em uma narrativa a sequencia de seu trabalho com a intenção de retratar determinado momento vivenciado no cotidiano da escola. Para confirmar suas considerações, a autora se apoia nos estudos dos seguintes autores: Madalena Freire, Paulo Freire, Cecília Warschauer,Miguel Ángel Zabalza e Júlia Oliveira-Formosinho.Registrar não é uma prática comum nas escolas brasileiras,os registros dos alunos não são valorizados como deveriam,a criança não é vista como autora de  seus registros e sim como mera reprodutora de modelos estereotipados, o desenho infantil é o precursor das habilidades de escrita, sendo também uma forma de registro ,pois, manifestar-se através de formas gráficas é uma atividade que deve ser valorizada.
O segundo capítulo trata da relação registro-memória e faz um retrospecto da história da Educação Infantil na cidade de São Paulo, como funcionava a prática de registros no passado, pois a mesma tinha fins burocráticos e era realizada através de fichas avaliativas, diária, documentos com dados a serem preenchidos, sem a finalidade de avaliar o aluno ou a atuação do professor e sim para fins estatísticos. Portanto a comparação entre as práticas do passado e as atuais contribuem para criar uma nova concepção de  registro, memória e história do profissional que trabalha na educação publica infantil.
O terceiro capítulo relata as experiências da autora como regente na educação infantil, os diversos instrumentos de registro (formais e informais) como planos, diários, cadernos e portfólios e suas funções na atuação pedagógica, como os mesmos devem ser cuidadosamente elaborados, exigindo estudo e observação e não se pode simplesmente julgar o educador por registros sem uma função especifica, pois, os professores, muitas vezes seguem as normas da instituição de ensino na qual estão inseridos. No cenário atual, os estudos dos registros no passado e sua constante elaboração possibilita uma reflexão sobre a prática e a construção de um saber válido.
As considerações finais são efetuadas no capitulo quatro, percebe-se que o professor que usa a autoria para desenvolver um bom trabalho tem mais capacidade para formar um aluno autônomo no processo de produzir, de levantar dúvidas, de pesquisar e de criar relações, que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento. O professor precisa acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, ter clareza da sua intencionalidade pedagógica para saber intervir no processo de aprendizagem do aluno, garantindo que os conceitos utilizados por ele contribuirão para o desenvolvimento do mesmo.
O público-alvo da obra são os profissionais que atuam na Educação Infantil, fornece muitas ideias e métodos para o educador documentar suas experiências e compartilhar com a equipe escolar e os familiares dos alunos. Estimula o professor a ser pesquisador, autor e não reprodutor de conhecimentos, partindo de suas reflexões para desenvolver o seu trabalho com êxito com foco nas ações cotidianas das crianças na qual a criança é o ator por excelência, no centro do processo educacional. 

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