terça-feira, 20 de março de 2012


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS LINGUAGENS
Liliane Dias Lima

Resenha da obra Educação Infantil e registros de práticas
Autora: Amanda Cristina Teagno Lopes
                                                        
            Lopes inicia a obra conceituando o termo e o uso da palavra registro, através de uma interlocução com diversos autores, levando em consideração as diferentes linguagens e áreas de conhecimento, e os diferentes meios de registro,com o foco principal na criança como produtora de marcas,sendo participativa na construção de seu conhecimento,pois,o ato de registrar implica numa posterior reflexão sobre o que foi identificado e nas ações a serem tomadas para reconstrução do trabalho pedagógico.Outro ponto que merece destaque é sobre as formas de expressão da criança nessa fase, que são representadas pelo desenho e linguagem verbal que devem ser valorizadas como formas de registros,dessa forma, o educador conta com maiores recursos para interpretar,analisar a realidade e agir sobre ela.
                O capitulo II repassa um histórico da educação infantil na cidade de São Paulo e da educação brasileira, as políticas e movimentos voltados para a valorização da educação infantil no país,também trata da relação memória e suas relações com o registro.Relata as experiências das professoras no passado e os documentos que eram utilizados para registrar,tais como fichas avaliativas,fichas com conteúdos pré-estabelecidos,ou com dados estatísticos,não havia a participação direta do professor para a emancipação do aluno,pois a intenção de registrar era para fins burocráticos da Instituição,o registro não era visto como forma de reflexão e melhora nas práticas cotidianas.
No próximo capitulo, a autora apresenta suas contribuições como educadora, suas experiências com registros através de diários, portfólios de projetos, relatos de atividades e os diversos materiais e recursos que ela utilizava. Dessa forma, o objetivo do registro deixa de ser para cumprir as normas da instituição e sim para valorizar e melhorar a sua atuação, investigar, questionar e transformar a realidade a partir de novos encaminhamentos. Nesse sentido o registro não se apresenta como um produto final e sim, possibilita uma leitura atenta dos caminhos percorridos pelo educando, ajudando o professor a organizar suas ações subseqüentes e, ainda, contribuindo para que a própria criança compreenda seu processo de aprendizagem e desenvolvimento.
Nas considerações finais, Lopes faz suas considerações sobre o registro e sua função emancipatória tanto para o docente como para o discente, e sua importância para a produção de memórias e construção de conhecimento, o mesmo funciona como instrumento formativo tendo o aluno como protagonista no processo de ensino-aprendizagem.
A obra é um valioso auxilio para os profissionais da educação Infantil, pois orienta os educadores que não tem o hábito de registrar a como iniciar esta prática, e para os que já trabalham com registros oferece novas possibilidades de realizar a ação com uma grande variedade de formas e métodos. Estimula o professor a ser autor, pesquisador e dar voz a seu aluno, mesmo sendo ele muito pequeno, e a escola possuir dificuldades de estrutura e escassez de materiais. Como alguns alunos ainda não verbalizam seus sentimentos e emoções, conquistas e dificuldades, então, o registro apresenta-se como uma ferramenta rica e diversificada, que documenta de maneira significativa todo o processo de aprendizagem vivenciado pelo educando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário